TÓPICO 1

Iniciando o diálogo

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ícone audiobook

Nos últimos anos temos vivenciado, no Brasil, a implementação de políticas de ação afirmativa que resultam da luta de grupos socialmente excluídos do acesso aos bens culturais e serviços públicos, como o das pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Tais políticas têm, gradativamente, promovido a democratização do acesso a espaços, serviços e oportunidades; e a inclusão de crianças, jovens e adultos no contexto educacional, possibilitando o reconhecimento da exclusão historicamente imposta às diferenças e aos diferentes e a garantia de acesso ao saber em todos os níveis de ensino. 

A partir de 2008, o Brasil avança de forma irreversível num processo afirmativo em relação a um grupo histórica e culturalmente excluído da participação social, que são as crianças, jovens e adultos com deficiências ou outras necessidades específicas. Inaugura-se o marco educacional da inclusão escolar, com o lançamento da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 

Destaque

Essa Política propõe uma outra ótica para o amplo espaço da diversidade social que é a escola, apresentando a inclusão como uma grande inovação educacional e pedagógica, que implica um esforço de modernização e reestruturação das condições atuais, ao assumir que as dificuldades de uma parte dos estudantes não são apenas deles, mas resultam do modo como o ensino é ministrado e da concepção de aprendizagem e de avaliação que permeiam o trabalho pedagógico.

Na perspectiva inclusiva, a escola torna-se espaço essencial de desenvolvimento de potencialidades, aprimoramento das inteligências, aprendizagem significativa e duradoura e de interação com os pares diversos.  Para estudantes com necessidades específicas, o acesso à escola regular promove não apenas desenvolvimento pessoal, torna-se também ferramenta social importante, uma vez que oportuniza a convivência e a construção de laços para além do seu círculo familiar.

A inclusão promove ainda uma ampla reflexão sobre diversidade e respeito, temas relevantes para a construção de uma sociedade democrática, mais justa e igualitária, o que a evidencia como uma perspectiva vantajosa não apenas para os estudantes com necessidades especiais, mas para toda a comunidade educativa, que aprende na prática a conviver com as diferenças. 

Uma escola diversa e inclusiva colabora para que toda a comunidade educativa conheça e acompanhe de perto o desenvolvimento de cada estudante, de suas diferentes habilidades e necessidades e, a partir dessa experiência, fortaleça competências socioemocionais como empatia, solidariedade e cooperação, tão essenciais nas relações humanas. 

Para que isso aconteça, porém, como nos ensina Mantoan (2003), todos os atores escolares precisam abraçar algumas tarefas fundamentais:  recriar o modelo educativo, tendo como princípio uma escola e um ensino para todos; reorganizar-se pedagogicamente,  abrindo espaços para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercícios constantes; garantir aos estudantes tempo e liberdade para aprender;  formar, aprimorar e valorizar continuamente o professor.

ATENÇÃO

E para colaborar com essas reflexões e com uma prática verdadeiramente inclusiva, este caderno compartilha com toda a equipe de colaboradores, estudantes e famílias dos Colégios Católica, conceitos e práticas relacionadas às necessidades especiais mais comumente encontradas nas escolas, de modo a auxiliar na eliminação das barreiras atitudinais, arquitetônicas e curriculares, primeiros passos para o exercício inclusivo. 

Construído em consonância com a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), com a Lei nº 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com a Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, este documento expressa conceitos fundamentais da política de inclusão e acessibilidade do Grupo UBEC, sobretudo no que diz respeito à dimensão didático-pedagógica e atitudinal.

Nesse sentido, a expectativa é a de que este caderno inspire e oriente a construção de projetos pedagógicos inclusivos, que tomem por base o reconhecimento e valorização das diferenças e vislumbrem o espaço escolar como espaço de construção de personalidades autônomas, críticas, empáticas e solidárias. 

Leitura Concluída

Selecione o botão avançar para seguir para a próxima tela.

VoltarAvançar
Copyright ©  1972 - 2023 - Todos direitos reservados à UBEC.