Tópico 9

A avaliação no contexto da educação inclusiva

Avaliação da Aprendizagem

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Por fim, é importante falar das principais adaptações curriculares para a avaliação de estudantes com deficiência. 

Um processo de avaliação calcado na perspectiva inclusiva amplia o espaço dos debates acerca da avaliação escolar do ponto de vista disruptivo. É nesse cenário que as adaptações curriculares têm como proposição estratégica o repensar das práticas avaliativas, no que diz respeito à autonomia do educador em propor ações que melhor se adequem às necessidades dos seus educandos.  

Dessa forma, as adaptações curriculares para a avaliação devem estar vinculadas às alterações nos objetivos e conteúdos que compõem o plano de ensino. Essas adaptações têm por princípio o atendimento às necessidades dos educandos em respeito às suas especificidades, para a elevação das potencialidades com vistas ao desenvolvimento das habilidades e competências cognitivas e socioemocionais.

Este processo pode favorecer a abertura de novos caminhos que possibilitem aos docentes maior autonomia na proposição de metodologias voltadas ao processo avaliativo, de forma a melhor adequá-las às necessidades dos educandos.

Segundo Smith (2008, p. 65), são exemplos de adaptações de situações de avaliação que contemplam de forma mais completa estudantes com alguma necessidade especial:

  1. provas em versão Braille;
  2. leitura dos testes para os estudantes;
  3. explicações diretas de várias maneiras;
  4. tempo extra para a aplicação dos testes;
  5. intervalos nas sessões dos testes;
  6. auxílio ou equipamento adaptativo;
  7. orientação para o aluno por meio de sinalização;
  8. respostas ditadas para o assistente (escriba);
  9. realização do teste em um local tranquilo;
  10. realização do teste em vários dias.

Para Stainback (1999, p. 159-160),

São opções para facilitar o acesso dos estudantes à aprendizagem:

  1. oferecer “dicas” variadas.
  2. aplicar testes orais/verbais e escritos;
  3. usar a demonstração prática;
  4. usar testes gravados;
  5. apresentar gravuras;
  6. ler os testes para os alunos;
  7. antecipar a leitura das questões do teste;
  8. usar aplicações em tempo real;
  9. providenciar para que o teste seja aplicado por uma pessoa especializada;
  10. usar respostas curtas;
  11. usar múltipla escolha;
  12. modificar o formato;
  13. encurtar a extensão;
  14. estender a duração;
  15. desmembrar o enunciado em várias instruções;
  16. dar as instruções em passos separados (escritas, sinalizações e verbais);
  17. usar apoio escrito para as instruções orais;
  18. baixar o nível de dificuldade;
  19. reduzir as instruções;
  20. reduzir as tarefas com lápis e papel;
  21. ler as instruções para os estudantes;
  22. usar instruções por sinais;
  23. dar sugestões ou “dicas” extras;
  24. permitir que o aluno grave ou digite as instruções;
  25. adaptar as folhas de teste;

A seguir, apresentaremos alguns princípios que podem ancorar ações educativas voltadas para a vivência de uma Pedagogia Cognitivo-Afetiva.

Esses princípios têm como objetivo trazer o educando à centralidade do processo pedagógico, considerá-lo na sua singularidade e, assim, repensar o ato de avaliar no contexto educacional como um processo que potencialize o desenvolvimento cognitivo-afetivo-social do educando. Essa abordagem pode representar uma visão mais integradora do educando e da sua interação com o objeto do conhecimento. São eles:

Considerar esses princípios na organização do trabalho pedagógico pode ser um passo importante para ousarmos traçar novos caminhos metodológicos e quiçá romper os paradigmas que fragmentam os saberes e fazem do ato de avaliar um processo de opressão e de exclusão. 

Refletir sobre a avaliação das aprendizagens na Educação Básica imprime compromisso e responsabilidade da comunidade educativa em relação às novas gerações. Há um mundo à frente dos educandos, um mundo complexo que tem exigido da escola uma postura crítica, criativa e cuidante na sua forma de ensinar, aprender e avaliar.

Fica a dica

Nesse processo de mudança, como você se sente na condição de docente e potencial protagonista dessas transformações?

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