Presença vivencial
“Tem lugares que me lembram a minha vida, por onde andei. As histórias, os caminhos, o destino, o que mudei…
Desenhos que a vida vai fazendo, desbotam alguns, uns ficam iguais. Entre corações que tenho tatuados, de você me lembro mais, de você, não esqueço jamais”.
Rita Lee
Cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira
Esses fragmentos que apresentamos em forma de poesia são, na verdade, trechos da música Minha vida, da cantora Rita Lee. A partir deles, convidamos você a um exercício de memória, ou seja, faça passar pelo coração as lembranças vividas, especialmente aquelas do seu tempo de escola, no Ensino Fundamental II. Sugerimos que tente lembrar episódios, pessoas e lugares que ficaram marcantes, dos quais você se lembra mais, e as coisas que você não esquece jamais.
Saiba Mais
Agora, reflita, pensando na sua condição de docente:
Quais elementos, evocados a partir dos fragmentos da música e do exercício de memória que você fez que o(a) limitam em relação à sua forma de pensar e de lidar com os estudantes? E quais os elementos que potencializam a sua prática
É importante lembrar que os estudantes vivem momentos marcados por grandes aquisições intelectuais, uma vez que nesse período se dá, conforme nos dizem Piletti e Rosato (2018), o desenvolvimento da capacidade de concentração, em trabalhos individuais e de colaboração ao se trabalhar em grupo.
Destaque
Diante dos avanços da neurociência no campo da educação, estende-se a visão acerca das diferentes etapas da vida e isso faz com que se amplie também a necessidade de compreendermos os aspectos que envolvem as diferentes fases de desenvolvimento dos sujeitos.
Essa aproximação entre as áreas do conhecimento vem permeando e agregando aos processos educativos, sobretudo, na pré-adolescência e na adolescência fases de intensa estruturação sócio-emocional-cognitiva. Assim, como educadores, temos à frente mais esse desafio, a necessidade de uma formação contínua para que a nossa prática docente possa, de fato, fazer da escola, um ambiente de experiências memoráveis.
É sobre essas experiências que vamos refletir aqui.
Proximidade conceitual
A escola e a educação básica são cenários de um espaço-tempo de experiências memoráveis, haja vista que todas as pessoas guardam na lembrança o registro de episódios marcantes desse período situado entre a infância e a juventude. Marcante é tudo o que marca a nossa pele e a nossa alma e , portanto, se eterniza enquanto experiência memorável.
É importante ter presente que é nesse período que os adolescentes, principalmente os que se encontram nos dois anos finais do Ensino Fundamental II, buscam o reconhecimento de suas identidades, necessidades e vulnerabilidades, bem como de suas potencialidades nos ambientes de sociabilidades primária e secundária, em meio à complexidade do mundo atual. É por meio desse reconhecimento que encontram segurança e coragem para iniciarem o processo de reflexão sobre suas escolhas que certamente acontecerá lá na etapa do Ensino Médio, tanto na dimensão pessoal como no campo profissional, em meio às tantas expectativas advindas da família, da escola e da sociedade.
Portanto, é nesse trajeto que nós, educadores e educadoras, precisamos melhor compreender esse contexto que permeia a vida escolar dos educandos. Faz-se importante lembrar que o processo de desenvolvimento biopsicossocial nos integra, mas é na fase da adolescência que, segundo nos diz Eisenstein (2003, p. 685), assuntos associados à “sexualidade, identidade, autonomia, valores e mudanças nas conexões e relações de amizade e afetivas são temas do cotidiano e da busca de respostas sobre “quem eu sou?””
No Ensino Fundamental II, esse processo ganha uma dimensão maior e exige de todos nós, educadores e educadoras, uma atenção a esse sujeito a fim de que o ato educativo contribua para o desenvolvimento das suas habilidades e competências, nas dimensões cognitiva e socioemocional.
Nesse sentido, na educação básica, as experiências memoráveis são, entre tantas outras, aquelas que conciliam saberes e sabores, percepções e sensações, concentração e distração, seriedade e ludicidade, diálogo e escuta, afeto e presença, entre tantos outros aspectos que compõem o que Rubem Alves (2012) denomina de caixa de ferramentas e caixa de brinquedos.
Rubem Alves (2012) afirma que o nosso corpo carrega, ao longo da vida, duas caixas, sendo uma de ferramentas e outra de brinquedos. Segundo o autor, a caixa de ferramentas é composta por recursos pedagógicos para a aprendizagem de competências, habilidades e atitudes diversas, bem como pela arte de pensar. Para o autor, diante da caixa de ferramentas o educador tem de se perguntar: “Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? Em que aumenta a competência dos meus educandos para viver a sua vida?” (ALVES, 2012, p.11). Se não houver resposta, pode-se estar certo de uma coisa: ferramenta não é.
Há, entretanto, uma outra caixa:
Destaque
Essa caixa está cheia de coisas que não servem para nada. Inúteis. Lá estão um livro de poemas da Cecília Meireles, a “Valsinha”, do Chico, um cheiro de jasmim, um quadro de Monet, um vento no rosto, uma sonata de Mozart, o riso de uma criança, um saco de bolas de gude… Coisas inúteis. E, no entanto, elas nos fazem sorrir. Não é para isso que se educa? (ALVES, 2012, p. 12).
As experiências memoráveis resultam não somente da utilização da caixa de ferramentas ou da caixa de brinquedos, mas do equilíbrio entre essas duas dimensões do processo de ensino e de aprendizagem que não pode deixar de considerar, também, a relação de presença, proximidade e partida que se estabelece em sala de aula e nos diversos espaços educativos entre educador e educando e seus pares.
Na escola, a aprendizagem ocorre, inicialmente, por meio da relação entre os sujeitos, dentro e fora da sala de aula, e na construção coletiva do conhecimento. Nesse contexto, o educador deve atuar como mediador para que a aprendizagem seja significativa e transformadora na vida dos educandos.
De acordo com Baldi (2022), vivemos tempos em que estamos todos imersos em uma grande oferta de conteúdo na internet. Nesse cenário, professores e professoras devem ter consciência de que exercem o papel fundamental de líderes do processo de ensino e aprendizagem dos estudantes, sendo uma referência mediadora, por meio de mentorias e curadoria de conteúdo e utilizando ferramentas em que o processo de aprendizagem se torne algo prazeroso.
Nesse cenário, a escola precisa se pautar em um novo paradigma, o de contribuir para que os estudantes sejam gerenciadores do seu aprender, atuando, desse modo, para o desenvolvimento da autonomia desses sujeitos.
ATENÇÃO
O estudante quer vivência digital, mas também anseia pelas interações presenciais. Tecnologia vai além de aparelhos eletrônicos e softwares. No contexto da educação, tecnologia são novas formas metodológicas de promover o aprendizado. A tecnologia pode suportar essas estratégias, como: sala de aula invertida, Project Based Learning, Problem Based Learning, Rotação por estações e Gamificação.
Com ou sem tecnologia, o importante é arquitetar uma experiência que marque a memória dos estudantes (BALDI, 2022, s/p).
Fonte: https://escolasexponenciais.com.br/colunas/educador-um-arquiteto-de-experiencias-memoraveis/
As reflexões até aqui nos levam a perceber que uma aprendizagem exitosa é aquela que consegue tirar o melhor proveito tanto da caixa de ferramentas quanto da caixa de brinquedos (ALVES, 2012). É aquela que desperta para a curiosidade, a dúvida e, também, para a solução das questões propostas. Seu conteúdo está contextualizado no cotidiano do educando. Para que essa aprendizagem seja uma experiência exitosa e memorável, o educando deverá ter a oportunidade de construir uma representação de si mesmo como alguém capaz de aprender (FREIRE, 2001).
Na educação básica, tendo presente o Ensino Fundamental I, é importante tomar como ponto de partida o que o educando já sabe, ou seja, os seus conhecimentos prévios (conceitos, proposições, ideias, modelos…) como a principal variável a influenciar a aprendizagem significativa de novos conhecimentos (MOREIRA, 2012).
Diante do exposto, deve-se ressaltar ainda que as condições para que a aprendizagem exitosa ocorra dependem também da adoção de materiais e estratégias pedagógicas criativas, por parte do docente; e da predisposição para o compartilhamento de saberes e experiências entre educador e o educando.
A escola configura-se como espaço-tempo de experiências memoráveis, quando oportuniza ao educador e ao educando ambientes acolhedores e estimulantes para o compartilhamento de saberes e experiências aos quais nos referimos anteriormente.
Nesse contexto, a escola torna-se o cenário propício para a educação integral, ou seja, uma educação que promove o desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional do educando.
Um ambiente acolhedor e estimulante na escola deve considerar tanto a estética e arquitetura quanto às metodologias ativas, as relações afetivas, os espaços seguros para a livre expressão de ideias e talentos que possibilitem que a experiência seja memorável. Em outras palavras, que permitem que o vivenciado fique impresso no coração, tal como nos explica Rubem Alves quando afirma que aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas, simplesmente porque não iremos esquecer.
Quando falamos daquilo que fica impresso no coração, não é possível nos esquecermos dos educadores e das educadoras que nos inspiraram ao longo da nossa trajetória formativa e que seguem sendo referência para que não nos esqueçamos de que também nós precisamos nos tornar inspiradores para os nossos educandos em nossa missão cotidiana.
Saiba Mais
Educadores inspiradores contribuem para despertar o protagonismo dos educandos na medida em que os reconhecem como sujeitos e não como objetos do processo de ensino e de aprendizagem desenvolvido na escola. Nessa perspectiva, Paulo Freire (2019) afirmava que ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo.
O espaço educativo deve privilegiar a formação do educando, na perspectiva de fazê-lo cada vez mais protagonista e humanizado. Não deve, portanto, ser apenas um lugar para acúmulo de saberes teóricos, antes, o ambiente educativo deve intencionalmente buscar desenvolver a relação subjetividade-objetividade nos educandos, de modo que possam desenvolver o sentido de pertencimento ao grupo como resultado das relações construídas, fruto do diálogo entre todos.
Assim sendo, o sentido de pertencimento deve ser aquele que potencializa um ambiente acolhedor e estimulante, garantindo espaços para a expressão das emoções, da afetividade, do diálogo, além do conteúdo curricular. Tal sentimento é desenvolvido nos educandos quando, no ambiente, estão presentes valores que, associados aos sentimentos, favorecem a solidificação da identidade do grupo e no grupo, o que propicia que sempre estejam recriando esse espaço de relações onde se identificam e se encontram acolhidos e pertencentes (RAFFESTINI, 1993).
Outra característica fundamental no debate sobre o pertencimento é a maneira como vamos estimular os educandos a reconhecer, prestigiar e zelar pelo ambiente escolar no qual estão inseridos, fazendo com que possam “[...] aprofundar conhecimentos e rever atitudes, conceitos, valores éticos e estéticos” (LESTINGE, 2004, p. 5).
Essa postura de pertencimento e de acolhimento se deve em muito à possibilidade de implementação do diálogo como ferramenta imprescindível para a qualificação de relações humanizadas. É pelo diálogo que as relações intersubjetivas acontecem sem viés de acesso à violência, como forma de resolver os conflitos pertinentes a esses encontros, promovendo uma Cultura de Paz no ambiente educativo.
O diálogo ao qual nos referimos é o momento em que cada um assume o protagonismo no encontro que acontece entre sujeitos, esses, por sua vez, são seres pensantes, reflexivos, criativos, éticos e pertencentes a uma realidade que é compartilhada. Isso, porém, não impede que cada indivíduo tenha sua própria forma de enxergar e de entender as coisas, de avaliar as situações e de expressar seu entendimento numa relação simpática, empática e de alteridade.
No espaço educativo, essa troca se dá entre educando-educando, educando-educador e educador-educador, buscando uma coerência entre o que se diz e o que se faz (FREIRE, 2005), por isso:
“[...] é preciso recuperar a subjetividade de cada educador e educando, considerados sujeitos de palavra e, portanto, sujeitos portadores de uma humanidade existencial, que se caracteriza como a objetividade educacional. Assim, subjetividade e objetividade se complementam de forma dialógica.” (SÍVERES; LUCENA; ANDRADE, 2021, p. 56).
Portanto, o diálogo torna-se uma estratégia para a troca de saberes e fomento de relações, o que possibilita aos participantes desse movimento leituras e releituras diversas dos saberes, fazendo com que, assim, possam aprofundar a cada encontro os conhecimentos construídos até aquele instante.
Tais atitudes farão com que o espaço educativo seja acolhedor e estimulante para a vida em comunidade, atendendo, assim, às necessidades dos educandos e, dentre elas, a ludicidade tão importante para o processo da aprendizagem.
Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer
Guilherme Arantes
Música “Brincar de Viver”
Brincar é um comportamento que acompanha os humanos desde os primórdios. Independentemente de categorização social ou cultural, ele faz parte do desenvolvimento humano; possibilita aprendizado, socialização, troca de conhecimentos e experiências, estruturação da capacidade de diálogo e interação. Tal entendimento foi compartilhado por pensadores como Vygotsky, Piaget, Winnicott dentre outros.
Para Vygotsky (1998), brincar é uma atividade humana criadora, na qual, imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças ou adultos.
Em consonância, Piaget (1978) afirma que o brincar é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, na medida em que, por meio dessa prática, elas enriquecem seu desenvolvimento intelectual. Assim, brincar não é apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia.
Winnicott (1975), por sua vez, aponta que o brincar possibilita à criança quebrar barreiras da realidade, viver uma experiência; é uma forma de construir a realidade, ao transitar entre o subjetivo e o objetivo.
Segundo Luckesi (2005):
Destaque
Brincando, agimos criativamente no espaço potencial de todas as possibilidades, que são infinitas, e que traz ao cotidiano criativamente uma dessas possibilidades. O mesmo autor destaca que: O espaço potencial entre a subjetividade e sua expressão objetiva se dá na experiência da criança, do adolescente, assim como no adulto. E é neste espaço que se dá o brincar da criança, do adolescente e do adulto. Todos brincam, ou seja, todos em conformidade com sua idade e seus processos de maturação, em seus processos criativos, transitam do subjetivo para o objetivo. Assim fazem os cientistas em seus processos de investigação; assim fazem os artistas em suas criações; assim fazem os criadores de artefatos tecnológicos; assim fazem aqueles que trazem a beleza à terra; assim fazem as crianças que brincam nas ruas ou nos parques; assim fazem os adolescentes que, irrequietamente, criam e recriam os seus dias alegres e sorridentes.
É recomendado, no contexto das séries finais do Ensino Fundamental, portanto, que os educadores utilizem metodologias lúdicas, considerando o momento em que se encontram os estudantes, seus centros de interesse, projetos de vida, dentre outros, lançando mão de recursos como gamificação, linguagens artísticas, expressões criativas, jogos colaborativos, atividades coletivas, simulações, ambientes de aprendizagem variados, tecnologias, redes sociais, entre outras.
Conforme a BNCC:
Ao brincar, dançar, jogar, praticar esportes, ginásticas ou atividades de aventura, para além da ludicidade, os estudantes se apropriam das lógicas intrínsecas (regras, códigos, rituais, sistemáticas de funcionamento, organização, táticas etc.) a essas manifestações, assim como trocam entre si e com a sociedade as representações e os significados que lhes são atribuídos (BRASIL, 2017, p. 220).
Ainda segundo esse documento, os processos de desenvolvimento e de aprendizagem envolvidos no brincar são também constitutivos do processo de apropriação de conhecimentos. Assim, nos textos oficiais e documentos orientadores, o ato de brincar passa a ser visto como um direito dos sujeitos, sejam eles crianças, adolescentes ou jovens, no seu processo de desenvolvimento.
Fica a dica
Do ponto de vista de uma educação pautada na proximidade, na presença e na partida, o ato de brincar pode compreender o reconhecimento do sujeito quanto às suas subjetividades, com respeito ao seu desenvolvimento biopsicossocial, de forma que a ludicidade seja também um compromisso institucional curricular, integrado às demais atividades cotidianas, com vistas a um agir virtuoso que proporcione uma ambiência escolar feliz.
É o agir virtuoso praticado durante a vida que nos possibilita viver com felicidade. Já na Grécia Antiga, Aristóteles defendia que o agir virtuoso seria uma condição para alcançarmos a felicidade, pois ele é capaz de produzir uma satisfação em um sentido subjetivo e outra em um sentido intersubjetivo, já que, por meio desse agir, levamos em conta nós mesmos e os interesses da coletividade (UCB, 2021).
A ideia de felicidade implica, ainda, outros três elementos:
- ter garantido o suporte material para o atendimento das necessidades básicas;
- ter a possibilidade de fazer opções, o que demanda o suporte simbólico para escolher caminhar rumo ao alcance dos sonhos/utopias; e
- entender a realidade, o contexto social propício para o alcance das necessidades básicas e dos sonhos possíveis. Esse agir virtuoso praticado durante a vida nos possibilita viver com felicidade.
Entretanto, cara professora e caro professor, sabemos que esse entendimento do ato educativo na perspectiva da aprendizagem memorável e da felicidade em um contexto de reducionismo do conhecimento pode ser um fator limitante para uma educação que se proponha acolhedora, estimulante, criativa e transformadora. Mais do que isso, pode levar à frustração.
Diante disso, somos desafiados a superar um modelo de educação bancária, a fim de construir uma educação emancipatória, disruptiva, cuidante e propulsora de sujeitos protagonistas. Para isso, é necessário que nossa uma prática pedagógica seja arrojada, e que considere a práxis (ação + reflexão = ação refletida) que provoque o educando para buscas mais significativas no encontro consigo mesmo e na relação com os outros (FREIRE, 2009).
O arrojo pedagógico é construído no diálogo entre teoria e prática, e desenvolvido por meio da reflexão individual e coletiva sobre um repertório crescente de experiências e conhecimentos. Desse modo, podemos afirmar que não há duas situações pedagógicas idênticas, o que faz com que o trabalho relacional dos educadores seja insubstituível, mesmo pelos recursos tecnológicos mais sofisticados. O ato pedagógico é o que permite a cada educando fazer parte de uma relação humana com o conhecimento, acessar um mundo com inteligibilidade, criatividade e sensibilidade, o que deve motivar o educador a uma busca qualificada de ações pedagógicas. (UNESCO, 2022).
Nesse sentido, sob o ponto de vista de tornar a escola um espaço de construção de experiências memoráveis, o papel do educador considera também a prática de (re)pensar suas ações pedagógicas a partir dos desafios que se desenvolvem com o passar do tempo, da evolução tecnológica e das (re)construções das relações humanas. Nesse sentido, podemos ver em destaque que:
Destaque
Os desafios da educação contemporânea passam por entender como lidar com o grande volume de informação que circula todos os dias na palma da mão dos estudantes, fazendo a curadoria de todo esse conteúdo e ensinando uma das habilidades mais importantes no século XXI: aprender a aprender, em vez de memorizar informações.
Junto disso, vem o desafio de prender a atenção dos jovens, quando o mundo lá fora ou o mundo virtual tem tanto a oferecer. É aí que entram as experiências. Além da capacidade de reforçar caminhos neurais e potencializar a apreensão de conteúdos, criar experiências memoráveis em sala de aula é um dos artifícios necessários para o engajamento dos estudantes, bem como para seu bom desempenho e desenvolvimento.
Fonte: (SEBRAE, acesso em 18 nov. 2022) https://cer.sebrae.com.br/observatorio/ensino-baseado-em-experiencia/
Dessa forma, toda experiência educacional memorável deve ter um caráter inclusivo das diversidades presentes na escola.
Partida experiencial
Diante de toda a reflexão sobre aprendizagem memorável, convidamos você a relembrar quais foram os grandes educadores da sua vida, indicando 3 (três) deles e as razões de sua escolha.
Reflita: Como esses educadores e educadoras ajudaram você a fazer conexão entre a caixa de ferramentas e a caixa de brinquedos?
Proposições de problematização:
Vivemos em mundo de relações líquidas, conforme nos diz Bauman, pautadas no imediatismo da comunicação, mediadas pelas mídias sociais, que estimulam o isolamento, o individualismo; e por redes sociais como Tik Tok, Instagram, Snapchat, Pinterest, etc., que atuam como instrumentos de criação de uma outra realidade que nem sempre reflete a vida real. Nesse contexto, a imagem vale mais do que realmente é.
Nesse sentido, devemos questionar o papel da educação. Como o processo de ensino e aprendizagem pode ser afetado pelas experiências do mundo pós-digital?
Sugestões de atividades para a prática pedagógica:
Que tal criar, com os estudantes, uma atividade instagramável?
A expressão pode parecer brincadeira, mas não é só na vida pessoal que as experiências ganharam importância. Nas redes sociais, também as experiências, chamadas de “instagramáveis” têm sido utilizadas pelo mercado. Dessa forma, a oferta dos melhores serviços e de produtos de qualidade passa, quase que necessariamente, pela experiência memorável do usuário/consumidor, que resulta numa postagem.
Com uma geração inteira de crianças e jovens imersos num mundo cada vez mais digital, a experiência escolar passou a receber atenção especial, sobretudo para criar uma experiência positiva e encantadora, memorável!
Para experienciar esse momento vamos adotar uma das estratégias de metodologias ativas chamada storytelling. O storytelling, ou a contação de histórias, é uma excelente forma de consolidar as aprendizagens; é uma boa forma de avaliar a compreensão e a capacidade de contextualização dos conhecimentos construídos.
Orientações:
- Proponha um tema conectado ao currículo.
- Planeje a construção do storytelling em parceria com os estudantes.
- Quando a história estiver pronta, que tal postar no instagram?
Conheça como fazer um storytelling na prática para a sua turma com a sugestão proposta pelo Diário Escola, apresentada no link abaixo: https://diarioescola.com.br/storytelling-na-pratica/
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